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Ano da Fé

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domingo, 26 de abril de 2009

ORTODOXIA


No passado dia 13 de Outubro foi retraduzido e reeditado, pela Aletheia Editora, este magnífico livro de G.K. Chesterton (que, para quem não saiba, foi o maior pensador leigo católico do séc. XX). Este é um livro que deveria ser lido por todos os católicos (especialmente os auto-intitulados “não-praticantes”), bem como por todos aqueles que estejam dispostos a viver a maior experiência pessoal e intelectual de todos os tempos. Pois, como o próprio Chesterton diz na capa deste livro “As pessoas adquiriram o tonto costume de se referir à ortodoxia como se fosse uma coisa pesada, enfadonha e segura; a verdade é que nunca houve coisa mais perigosa, nem mais animada”.

Antes da leitura deste livro, eu apenas conhecia Chesterton de ouvido. Agora percebo que todos os elogios feitos a este homem não eram exagerados. Ler “Ortodoxia” é desafiarmos os nossos próprios pré-conceitos, uma vez que Chesterton consegue provar (de uma forma intelectualmente elegante) teses que nos pareceriam completamente disparatadas (como por exemplo, que acreditar em contos de fadas é mais racional do que acreditar num mundo sem Deus).

Mas, como tudo o que eu possa dizer, nunca fará justiça a este livro ou a este escritor, passo a citar alguns excertos do livro (para vos deixar com água na boca):

Se damos grande importância à opinião de homens comuns quando estamos a tratar de assuntos correntes, não há razão nenhuma para a ignorarmos quando estamos a tratar de questões de histórias ou de fábulas.”

O estranho método utilizado pelo céptico reverente, consiste ele em desacreditar histórias sobrenaturais com algum fundamento, contando histórias naturais sem fundamento nenhum.”

A imaginação não produz insanidade. O que produz insanidade é precisamente a razão (…) A poesia é uma actividade sã, porque voga com facilidade num mar infinito; a razão procura atravessar este mar infinito, tornando-o finito. Daqui resulta um esgotamento mental (…) O poeta apenas deseja exaltação e expansão, um mundo onde possa expandir-se. O poeta pretende apenas meter a cabeça nos céus. É o lógico que quer meter os céus na cabeça. E é a cabeça do lógico que rebenta.”

Na Europa moderna, um livre-pensador não é um homem que pensa pela sua própria cabeça; é um homem que, tendo pensado pela sua própria cabeça, chegou a uma série de conclusões específicas acerca da origem material dos fenómenos, da impossibilidade dos milagres, da improbabilidade da imortalidade pessoal, e por aí fora…

Surgiu nas modernas controvérsias o hábito imbecil de afirmar que determinado ponto de vista é defensável em determinado período, mas não é defensável noutros períodos. Assim, um dogma qualquer podia ser credível no século XII, mas deixou de ser credível hoje em dia. Que é o mesmo que dizer que se pode defender determinada filosofia à segunda-feira mas não à quinta-feira, ou que determinada visão do cosmos é adequada às três e meia, mas será inadequada às quatro e meia. Aquilo que um homem pode acreditar depende da filosofia que perfilha, não dependendo do relógio nem do calendário (…) Portanto, quando se discute uma solução histórica, a questão a ter em conta não é saber se ela foi apresentada na nossa época, mas saber se se trata de uma solução para o problema que nos ocupa

O coração tem de estar fixado naquilo em que deve estar fixado; a partir do momento em que o nosso coração está fixado, podemos agir como quisermos.”


Além disso, é de salientar que (como alerta este irmão blogger) é fundamental que este livro esgote para que possamos ter acesso a todos os escritos e pensamentos deste fantástico homem e intelectual. Um must.

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