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Ano da Fé

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sábado, 7 de agosto de 2010

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO


Aldous Huxley era um escritor agnóstico, sem particular simpatia pela Religião. Ainda assim, escreveu um livro na década de 1930 que é, para mim, um dos expoentes máximos do romance-ensaio.


"Admirável Mundo Novo" é um livro de ficção científica que retrata um mundo futurista, onde toda a população vive feliz. Feliz, que é como quem diz... alienada por um furor consumista e hedonista, que permite aos grandes senhores do Mundo governar sobre tudo e todos. Como Mustafá Mond (um dos dez administradores mundiais) declara: "O segredo do controlo mundial é fazer as pessoas pensar que estão a escolher o caminho que queremos para elas".


Os administradores mundiais conseguem isto, alimentando as pessoas com muitas recreações, divertimentos e orgias. A sexualidade, a pornografia e a toma de drogas ("soma") são as formas preferidas de alienação... sendo que as crianças são condicionadas de tenra idade a aceitar o status quo, através de uma educação sexual de elevado teor prático e de sofisticadas tecnologias praticamente hipnóticas.


Não só as crianças são pré-condicionadas mentalmente, como são fabricadas. Sim, todos os seres humanos são concebidos in vitro, sendo seleccionados de forma eugénica e predestinados a uma dada casta social. Isto serve para libertar as pessoas, uma vez adultas, de qualquer responsabilidade familiar para que todos se possam concentrar nas suas felicidades individuais. O conceito de "Família" está tão destruído, que chamar alguém de "mãe" ou "pai" é mais insultuoso que chamá-lo de "prostituta" ou "chulo".


Para as crianças que possam ser acidentalmente concebidas fora do ambiente asséptico dos laboratórios, por causa de algum erro nas normas de higiene malthusianas, existem torres de abortuários. E, como a Cultura da Morte tem sempre os dois extremos da Vida em consideração, todos aqueles que atingem uma dada idade são submetidos a eutanásia por uma overdose de soma.


Será inevitável dizer que isto torna a população numa massa de pessoas adolescentes e superficiais, incapazes de compreender conceitos tão simples como o de "Amor". Apenas uma elite restrita consegue aceder a conhecimentos tão profundos, isolando-se em ilhas privadas que não permitem à restante Humanidade escapar das malhas do condicionamento mental e compreender a sua alienação.


Existe apenas um pequeno resquício dos antigos valores morais, tradicionais e religiosos... Encontram-se em algumas reservas indígenas, que os brancos desistiram de converter. É numa dessas bolsas culturais que vive o "Selvagem", o filho de uma branca que se perdeu numa viagem de turismo. Quando o Selvagem é reencontrado, é trazido de volta à civilização... uma civilização que não consegue responder aos seus anseios afectivos e metafísicos. Conseguirá ele evitar perder a sanidade neste Admirável Mundo Novo?


Aldous Huxley acertou em todas (absolutamente todas!) as previsões que fez neste livro (talvez exceptuando-se a predestinação pré-natal a uma dada casta social). É interessante notar em como o Mundo futurista de Huxley é o nosso Mundo presente. Demonstra que não é necessário ser-se teísta para se ser profeta... e não é necessário ser-se cristão para se compreender a urgência dos apelos que a Igreja Católica dirige à modernidade! Deve fazer-nos reflectir... e ler.
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"Acredito que, na próxima geração, os líderes mundiais irão descobrir que o condicionamento infantil e a narco-hipnose são mais eficientes enquanto instrumentos de governo do que prisões... e que a luxúria de Poder pode ser completamente satisfeita ao seduzir as pessoas a um amor pela sua servidão, em vez de as flagelar ou bater até à obediência"
Aldoux Huxley
Carta a George Orwell
1969

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